Setembro Amarelo: uma conversa pode salvar uma vida

por Câmara Lapa publicado 08/09/2025 14h50, última modificação 08/09/2025 14h50
A história e a urgência do Setembro Amarelo, o movimento que nos lembra da importância de falar sobre saúde mental para valorizar a vida

 

Setembro chega e, com ele, a cor amarela ilumina cidades e conversas por todo o Brasil. Mais do que uma simples campanha, o Setembro Amarelo é um convite para quebrarmos o silêncio e falarmos abertamente sobre um tema que ainda é um grande tabu: a saúde mental e a prevenção do suicídio. Desde 2015, a iniciativa nos lembra que a empatia e o diálogo podem, literalmente, salvar vidas.

Uma Cor que Simboliza Esperança

A escolha do amarelo não foi por acaso. Ela carrega a memória de Mike Emme, um jovem americano que, em 1994, tirou a própria vida. Em seu funeral, amigos e familiares distribuíram fitas amarelas com a mensagem "Se precisar, peça ajuda", um gesto que deu início a um movimento global de apoio. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM) e à Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), oficializou a campanha, escolhendo o dia 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Um Problema de Todos Nós

Falar sobre suicídio é urgente. Os números mostram a dimensão do problema: a cada 40 segundos, uma pessoa no mundo tira a própria vida. Aqui no Brasil, são cerca de 14 mil casos por ano, o que significa que, em média, 38 pessoas morrem por suicídio todos os dias. São mais do que estatísticas; são histórias, famílias e futuros interrompidos por uma dor que, muitas vezes, não encontra palavras.
A campanha busca justamente dar voz a essa dor, mostrando que problemas de saúde mental não são sinal de fraqueza e que buscar ajuda é um ato de coragem.

Como Você Pode Fazer a Diferença

Durante todo o mês de setembro, prédios e monumentos se iluminam de amarelo, e eventos como palestras e rodas de conversa acontecem em escolas, empresas e comunidades. Mas a mudança mais importante começa em cada um de nós. Ajudar é mais simples do que parece:
- Esteja atento e ouça: Informe-se sobre os sinais de alerta e, mais importante, esteja disposto a ouvir um amigo, um familiar ou um colega sem julgamentos. Uma escuta atenta pode ser o primeiro passo para que alguém se sinta acolhido.
- Ofereça apoio: Mostre que a pessoa não está sozinha e incentive a busca por ajuda profissional, como psicólogos e psiquiatras. O CVV também oferece apoio emocional gratuito e sigiloso 24 horas por dia, pelo telefone 188.
- Compartilhe informação: Use suas redes sociais e suas conversas para divulgar a campanha e a importância de cuidar da saúde mental. Quebrar o estigma começa com a informação correta.

 O Setembro Amarelo é um lembrete de que a vida é preciosa e que, juntos, podemos construir uma rede de apoio e esperança. Falar abertamente sobre nossos sentimentos não apenas nos conecta, mas também ilumina o caminho para quem precisa de ajuda.