Audiência Pública na Lapa denuncia impactos sociais e financeiros do pedágio na Lapa

por Câmara Lapa publicado 07/10/2025 08h50, última modificação 07/10/2025 08h47
União de forças: lideranças políticas e moradores buscam soluções para o pedágio

Uma Audiência Pública foi realizada no ultimo dia 04 de outubro, no Plenário da Câmara Municipal para debater os graves impactos causados pela praça de pedágio na BR-476. Organizado por iniciativa do vereador Bruno Bux, o evento reuniu autoridades, representantes da sociedade civil e moradores para denunciar os abusos e buscar soluções para os problemas enfrentados pela população.
O encontro contou com a presença de diversas lideranças políticas, incluindo o Prefeito Diego Ribas, o Vice-prefeito Fenelon Moreira e o Presidente da Câmara, Arthur Vidal, acompanhados pelos vereadores Acyr do Sindicato, Camila Schefer, Paulo Massa e Vilmar Fávaro Purga. Também participaram a Deputada Federal Carol Dartora, representantes dos Ministérios de Direitos Humanos e da Igualdade Racial, a Defensoria Pública da União e a presidente da ACIAL, Nilciane Pawowski.
O foco principal do evento foram os relatos dos moradores do distrito de Mariental e das comunidades quilombolas de Restinga, Feixo e Vila Esperança. Eles trouxeram testemunhos sobre as dificuldades ocasionadas pela Praça de Pedágio, que, além de cobrar preços considerados abusivos pela empresa Via Araucária, efetivamente divide o município da Lapa. Em um gesto que gerou críticas, a concessionária Via Araucária e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), embora convidadas, não enviaram representantes.

O principal problema discutido é o peso que a tarifa de pedágio, instalada entre o distrito de Mariental e o centro da cidade, impõe no orçamento de trabalhadores que são obrigados a pagar o valor diariamente para se deslocar. Além do impacto financeiro, a cobrança dificulta o acesso a serviços essenciais, como saúde, configurando um desrespeito ao direito de livre acesso dos cidadãos.
Durante a audiência, foram formalizadas diversas denúncias apontando a violação de direitos das comunidades quilombolas, o significativo aumento no número de acidentes e mortes na rodovia e a falta de segurança para acessar as comunidades locais. Outro ponto de grande preocupação é o impacto nos cofres municipais: a Prefeitura da Lapa terá que arcar com cerca de R$ 3 milhões por ano para garantir a isenção de alguns veículos, um recurso que deixará de ser investido em serviços públicos para a população.
Como resultado do debate, foram definidos quatro encaminhamentos principais: solicitar a isenção ampla da cobrança para os moradores afetados, estudar a implementação de um sistema de pedágio sem cancelas (free flow), garantir isonomia no desconto progressivo entre as diferentes praças e denunciar formalmente a falta de segurança viária no trecho.
Nos próximos passos, o conteúdo da audiência será utilizado como peça de mediação em uma ação judicial que tramita na 11ª Vara Federal de Curitiba. Além disso, uma reunião já foi agendada com o Ministério dos Transportes para a próxima semana, em Brasília, para levar as reivindicações da comunidade diretamente ao governo federal.